* Inauguração do Morumbi



Durante dois meses, trabalhando vinte e quatro horas por dia, o São Paulo Futebol Clube e as empresas envolviads na execução das obras complementares do estádio desenvolveram brilhantemente os trabalhos visando à inauguração do “Estádio Cícero Pompeu de Toledo”. Cabe-nos destacar que a empresa Civilsan – Engenharia Civil Sanitária foi a responsável pela construção dos trinta (30) vãos, ou, trezentos metros de estrutura de concreto armado que possibilitaram o uso, embora parcialmente construído, do estádio.


Trabalharam ininterruptamente a fim de que o público assistisse um espetáculo verdadeiramente fabuloso. E foi justamente o que se deu. Engalanou-se o “Gigante” para receber em seu bojo um público entusiasta que não regateou aplausos a obra tão magnificente, fruto de um sonho de Cícero Pompeu de Toledo, homenageado com a inauguração de seu busto como também uma placa ao presidente Laudo Natel.

As festividades inaugurais do estádio alcançaram brilhantismo invulgar para esta obra monumental que o São Paulo F.C. entregou ao Desporto Nacional. Viveu a 2 de outubro de 1960 o esporte brasileiro um dos seus dias mais notável e histórico. Prestigiando a festa máxima dos tricolores, além do numeroso público que lotava completamente suas dependências, estavam presente altas autoridades do país, do Estado, Município e inúmeros próceres dos esportes nacional e internacional.


Antecedendo ao embate futebolístico programado entre o São Paulo Futebol Clube e o Sporting Clube de Portugal para a comemoração do evento, foi precedida pelo Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta a benção do estádio, após o que hastearam-se as bandeiras do Brasil e de Portugal sob os acordes dos respectivos hinos nacionais.


Em seqüência às solenidades, soaram os clarins da Banda da Força Pública, dando “toque de silêncio” como homenagem póstuma a Cícero Pompeu de Toledo, que foi o pioneiro da monumental concepção. Foi o ponto comovente das solenidades. Um ato emocionante. Os são-paulinos evocaram naquele momento a figura notável de seu saudoso presidente, o iniciador da magnífica realização que o São Paulo F.C. entregou a cidade de São Paulo e ao Brasil. Seguindo-se ao momento altamente emotivo, ouviu-se o apito do árbitro, Sr. Olten Ayres de Abreu, dando por iniciada a peleja internacional. As duas equipes jogaram assim constituídas:



São Paulo F.C. – Poy; Ademar, Gildésio e Riberto, Fernando Sátiro e Victor; Peixinho, Jonas (Paulo e Cláudio), Gino, Gonçalo e Canhoteiro. Técnico: Flávio Costa.


Sporting C.P. – Aníbal; Lino, Morato e Hilário, Mendes e Júlio; Hugo, Faustino, Figueiredo (Fernando), Diogo (Geo) e Seminário.


Árbitro: Olten Ayres de Abreu.
Renda: Cr$ 7.868.400,00.
Gol: Arnaldo Poffo Garcia (Peixinho).


Borderô da Inauguração:

Numeradas (Cr$ 500,00 a entrada).


4.468 – vendidas antecipadamente (Cr$ 2.234.000,00).
1.091 – vendidas no estádio (Cr$ 545.500,00).

Total arrecadado nas numeradas: Cr$ 2.779.500,00.


Gerais (Cr$ 100,00 a entrada).


31.878 – vendidas antecipadamente (Cr$ 3.187.600,00).
10.013 – vendidas no estádio (Cr$ 1.901.300,00).

Total arrecadado nas gerais: Cr$ 5.088.900,00.


Renda Total: Cr$ 7.868.400,00.


Total de público pagante: 56.448.
Convidados: 1.000.
Ingressos distribuídos gratuitamente: 800.
Número (previsão aproximada) dos torcedores que invadiram o estádio sem pagamento: 6.500.


Público Total: 64.748.


Por Agnelo di Lorenzo.
Revista Oficial do São Paulo F.C., nº 106.